quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

17 de Janeiro - Santo Antão.


(Santo Antão Abade, Francisco de Zurbaran, 1598-1664)

Nasceu em Fayum, no Alto Egito, perto de Heracleopolis Magna cerca do ano 251. Tinha 20 anos quando seus pais faleceram e ele herdou os bens da família. Foi nesta época que, participando do Santo Sacrificio, em 269, este jovem egípcio toma à letra o conselho que de Nosso Senhor Jesus Cristo dá um homem rico no Evangelho: “Se queres ser perfeito, vende tudo o que tens... Depois vem e segue-me” (Mateus 19, 21-22). Antão distribui todos os seus bens aos pobres e vai viver como eremita no deserto da Tebaida, na margem oriental do Nilo.


Santo Atanásio, um bispo de Alexandria, contará mais tarde a sua vida. Traça o retrato de um recluso solitário, um orante e autor de prodígios que auto inflige rudes provações para resistir às tentações do diabo.

Santo Antão incarna a figura emergente do eremita na história do cristianismo. Ele é considerado o “pai” dos anacoretas (do grego anakhôrein, “retirar-se”). No Oriente parcialmente evangelizado dos séculos II e III, já havia homens e mulheres que tinham escolhido viver a radicalidade da mensagem evangélica, como era o caso das “virgens consagradas”, que faziam voto de celibato e pobreza. Mas estes fiéis não deixavam as suas comunidades de origem.

Em 305, Antão emergiu com grande vigor e saúde. Ele ficou com os eremitas por 5 anos, regulamentando o trabalho comunitário, as orações e as penitências. Depois foi para um deserto entre o Nilo e o Mar Vermelho, em um local chamado Monte Kalzim. Um monastério, chamado Diem Mar Antonios, foi erigido neste local considerado o mais antigo mosteiro do mundo. Por isso retiram-se para o deserto para aí viver continuamente em oração e penitência.

Santo Antão será o seu modelo, o grande batalhador da Santa Igreja contra a heresia ariana, Santo Atanásio pedia o auxílio de Santo Antão para confirmar, confortar os mártires das perseguições que estava acontecendo na época e voltou anos mais tarde para argumentar vigorosamente contra a heresia Ariana lado a lado com Santo Atanásio, em sua diocese de Alexandria em 311, os fiéis perseguidos pelos hereges. Apesar de já centenário, Santo Antão atendeu a tão justo pedido. Sua presença naquela cidade foi de um efeito maravilhoso sobre o povo fiel. Mesmo os sacerdotes pagãos iam às Igrejas para tentar falar com o homem de Deus. Lá ele fez muitos prodígios, e Santo Atanásio reconhece que, durante o pouco tempo que Antão ali esteve, converteu à verdadeira fé mais infiéis do que tinham sido convertidos durante todo um ano. Os filósofos que vinham discutir com ele, diante de suas respostas tão pertinentes, ficavam espantados com a viveza de seu espírito e a solidez de seu julgamento. Via-se que Deus falava por sua boca.

Santo Antão ficou conhecido como um homem bom, generoso, corajoso, com bom senso, leal e sem nenhum excesso e ostentação. Era amigo de São Paulo de Tebas, chamado de o "eremita" que recebia meio pão por dia dos corvos. 
Diz a tradição que quando Santo Antão foi visitá-lo, os corvos trouxeram um pão inteiro. O Imperador Constantino, o Grande (323-337), era um dos milhares que procuravam Antão para ensinamentos e inspirações. Os monarcas, os príncipes este imperador Constantino escreviam-lhe cartas cheias de respeito, implorando o socorro de suas preces e pedindo a consolação de uma resposta sua. Santo Antão lhes respondia exortando-os a não se deixar ofuscar por sua dignidade, pois eram homens e teriam que prestar contas de seu poder ao Rei dos Reis. Que usassem de misericórdia e clemência para com todos, socorressem os pobres e se lembrassem de que só Jesus Cristo é o verdadeiro e eterno Rei. Constantino conservava uma dessas cartas como o seu mais caro tesouro.
   
Enfim, cheio de méritos, Santo Antão entregou sua alma a Deus no dia 17 de Janeiro de 356 aos 105 anos, recomendando aos seus discípulos que escondessem seu corpo para que não fosse adorado pelos pagãos como a um deus. Deixou sua túnica para o defensor da Santa Igreja, Santo Atanásio.

Santo Antão, Rogai por nós.

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