“[...]
Durante muito tempo, na oração da tarde, meu lugar ficava na frente de uma irmã
que tinha uma mania estranha [...] Logo que chegava, a irmã punha-se a fazer um
estranho ruído semelhante ao que resultaria de quando se esfregam duas conchas.
[...] Explicar-vos [...] quanto o ruído me aborrecia seria vã pretensão.
Sentia muita vontade de voltar a cabeça e encarar a culpada, que certamente não
notava seu tique. [...] No fundo do coração, porém, percebia ser preferível
sofrer tal coisa, por amor a Deus e para não magoar a irmã. Ficava, pois,
quieta, procurando unir-me ao Bom Deus e esquecer o ruído... Era tudo inútil.
Sentia-me banhada de suor, e era obrigada a fazer oração com sofrimento [...]
Procurava então gostar do leve ruído, tão desagradável. Em vez de pretender não
escutá-lo (coisa impossível), punha atenção em ouvi-lo bem, como se fora
maravilhoso concerto, e toda minha oração [...] limitava-se em oferecer tal
concerto a Jesus.”
(História de Uma Alma, Santa Teresinha)
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