V. SUA ESPERANÇA
Da fé nasce a esperança. Pois nos ilumina com a
fé, fazendo-nos conhecer sua bondade e suas promessas, para que nos elevemos
pela esperança ao desejo de possuí-lo.
Possuindo Maria a virtude da fé por excelência,
teve também, por excelência, a virtude da esperança. “Maria foi sempre e
totalmente desapegada dos afetos do mundo, que lhe passava por um deserto”. Mostrou,
de fato, a Santíssima Virgem quanto lhe era grande essa confiança em Deus, primeiramente
ao ver a perplexidade de S. José, seu esposo, que, ignorando a sua misteriosa
maternidade, pensava em deixá-la. Provou ainda sua confiança em Deus quando,
próxima ao parto, se viu em Belém, expulsa até da hospedaria dos pobres, e
reduzida a dar à luz numa estrebaria. “E reclinou numa manjedoura, porque não
havia lugar para eles na estalagem” (Lc 2,7).
Igual confiança mostrou também na Providência
quando S. José a avisou que era necessário fugir para o Egito. Ainda na mesma
noite, partiu para a longa e penosa viagem a um país desconhecido, sem
provisões, sem dinheiro e sem outro acompanhamento senão a do Menino Jesus e de
seu pobre esposo. “E levantando-se, José tomou consigo, ainda noite, o Menino e
sua Mãe e retirou-se para o Egito” (MT 2,14).
Melhor ainda demonstrou sua confiança, quando
pediu ao Filho o milagre do vinho em favor dos esposos de Cana. Disse-lhe
apenas: “Eles não tem mais vinho”. Ao que respondeu Jesus: Que nos importa
isso, a mim e a ti? Minha hora ainda não chegou (Jô 2,4). Apesar da aparente
repulsa, confiada na divina bondade, ordenou a Virgem aos servos que fizessem
resolutamente o que lhes ordenasse o Filho. Pois era garantida a graça rogada.
Com efeito, Cristo Senhor, mandou encher com água os vasos e depois a mudou em
vinho.
(Tirado do Livro Glorias de Maria de Santo
Afonso de Ligório)
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