A Epifania
do Senhor (do grego: Ἐπιφάνεια, : "a
aparição; um fenômeno miraculoso") é uma festa religiosa cristã que
celebrava-se no dia 6 de janeiro, ou seja, doze dias após o Natal.
A Epifania representa a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo como o
enviado de Deus Pai, quando o filho do Criador dá-se a conhecer ao Mundo. Jesus se manifesta e revela aos reis magos, vindo do Oriente para vê-Lo e
adorá-Lo, oferecendo-Lhe ouro, incenso e mirra. Jesus quer ser conhecido e
amado por todos os habitantes da terra.
Ainda não se fechou o ciclo no Natal significa nascimento, do latim: Natalis,
no sentido de "ser posto no mundo". Nascia Jesus, Filho de Deus que
repousou tranquilo em uma manjedoura, enquanto os governantes da Judeia
procuravam matá-lo. Os antigos profetas, falavam que um Rei nasceria naquele
época. Ele salvaria o povo do pecado. Alcança novo ponto culminante na
liturgia do dia 06 de janeiro.
A tradição dos primeiros séculos, seguindo a verdade da fé,
evidenciou que eram três os reis magos: Melquior, Gaspar e Baltazar devemos aos
magos a tradição de dar presentes no Natal. No ritual da antiguidade depois de
adorar o Messias, entregaram os presentes: o ouro era o presente para um rei, o
líbano (incenso) para um religioso representando a espiritualidade e a mirra
para um profeta (a mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente,
representava a imortalidade). Melquior ofereceu ouro; Baltasar, incenso e
Gaspar, mirra. Estes presentes confirmam o caráter de Jesus (rei, sacerdote e
profeta) como símbolo do reconhecimento que aquela criança pobre que acabara de
nascer haveria de se tornar o salvador do mundo.
Meditação para a Epifania
de Santo Afonso Maria de Ligório
SOBRE A ADORAÇÃO DOS
MAGOS.
Jesus
nasce pobre num estábulo. Os anjos do céu o reconhecem por seu Rei, mas os
homens da terra o deixam abandonado; apenas alguns pastores vêm visitá-lo. Mas
o nosso Redentor quer começar desde então a comunicar-nos a graça da redenção;
eis porque começa logo a manifestar-se aos gentios, que menos o conheciam. Para
isso envia uma estrela para aclarar os Magos, a fim que venham reconhecer e
adorar o seu Salvador. Essa é a primeira e a maior graça que nos fez, a vocação
à fé, à qual sucedeu logo a vocação à graça, de que os homens estavam privados.
Os Magos
põem-se a caminho sem detença. A estrela os acompanha até a gruta, onde está o
divino Menino. Apenas chegados, entram, e que encontram? S. Mateus responde: Acharam o Menino com
Maria. Encontram uma pobre donzela e um
pobre Menino coberto de pobres paninhos, e ninguém que lhe faça companhia ou os
assista. Não obstante, entrando na gruta, os santos peregrinos sentem uma
alegria até então desconhecida; sentem seu coração cativar-se por aquele Menino
que veem. A palha, a pobreza, os vagidos de seu pequeno Salvador, oh! Que setas
de amor, que felizes chamas para seus corações iluminados! O celeste Menino
mostra-lhes semblante alegre, testemunho da afeição com que os recebe entre as
primeiras conquistas da redenção.
Os santos
reis contemplam depois Maria, que não fala; fica em silêncio, mas o seu rosto
satisfeito que respira celeste doçura mostra que os acolhe e agradece por serem
os primeiros a reconhecer seu divino Filho pelo que era, por seu soberano
Senhor. Consideremos como eles, guardando também respeitoso silêncio, o adoram,
lhe prestam homenagem como a seu Deus, lhe beijam os pés, e lhe oferecem os
presentes, que consistem em ouro, incenso e mirra. — Adoremos com eles o nosso
pequeno Rei, Jesus, e ofereçamos-lhe todo o nosso coração.
Afetos e Súplicas.
Amável
Menino, embora vos veja na gruta deitado sobre palha, tão pobre e desprezado, a
fé me ensina que sois o meu Deus, descido do céu para minha salvação.
Reconheço-vos, pois por meu supremo Senhor e Salvador; mas nada tenho para vos
oferecer. Não tenho o ouro do amor, pois só tenho amado os meus caprichos, e
não tenho amado a vós, o Bem infinitamente amável. Não tenho o incenso da
oração; tenho vivido miseravelmente sem pensar em vós. Não tenho a mirra da
mortificação, pois para me não privar dos miseráveis prazeres, tantas vezes
desgostei vossa bondade infinita.
Que vos oferecerei então? Ofereço-vos o meu
coração, manchado e pobre com o é; aceitai-o e transformai-o, pois que viestes
a este mundo para lavar os nossos corações no vosso sangue, purificá-los dos
pecados e assim converter-nos de pecadores em santos. Dai-me, pois o ouro, o
incenso e a mirra, que me faltam: dai-me o ouro do vosso santo amor; dai-me o
espírito de oração; dai-me o desejo e a força de mortificar-me em tudo o que
vos desagrada. Estou resolvido a obedecer-vos e a amar-vos; mas conheceis minha
fraqueza, concedei-me a graça de vos ser fiel.
Virgem
santa, que acolhestes os piedosos Magos com tanto afeto e os consolastes,
dignai-vos também acolher-me e consolar-me, que a seu exemplo vos venho visitar
e oferecer-me a vosso divino Filho. Maria, minha Mãe, tenho grande confiança em
vossa intercessão. Recomendai-me a Jesus. Entrego-vos a minha alma, a minha
vontade; prendei-a para sempre ao amor de Jesus.
(Encarnação, Nascimento e Infância de Jesus Cristo por S. AFONSO MARIA DE
LIGÓRIO Doutor da Igreja e Fundador da Congregação Redentorista Tradução do Pe.
OSCAR DAS CHAGAS AZEREDO, C.Ss.R. Edição Pdf Aparecida – 2004 – Fl. Castro)
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