A origem da devoção
à Senhora das Candeias tem o seu começo na festa da Apresentação do Menino
Jesus no Templo e da Purificação de Nossa Senhora, quarenta dias após o seu
nascimento (sendo celebrada, portanto, no dia 2 de Fevereiro). No Templo de
Jerusalém, Nosso Senhor Jesus Cristo, ainda tenra criança, foi apresentado pela
primeira vez. Ali, deveriam depois passar-se outros episódios memoráveis de Sua
vida. Ofereceu-se Ele, no início de sua existência terrena, a Seu divino Pai,
sem a menor reserva, aceitando já os sofrimentos futuros de sua Paixão. Ao
mesmo tempo, vinha Ele substituir os antigos sacrifícios de animais da lei
antiga, realizados aos milhares, em certos dias, naquele local.
Nossa Senhora da Luz era
tradicionalmente invocada pelos cegos (como afirma o padre António Vieira no
seu "Sermão do Nascimento da Mãe de Deus": "Perguntai aos cegos
para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Luz
[...]"), e tornou-se particularmente venerada em Portugal a partir do
início do século XV; segundo a tradição, deve-se a um português, Pedro Martins,
muito devoto de Nossa Senhora, que teria descoberto uma imagem da Mãe de Deus
por entre uma estranha luz, no sítio de Carnide, no termo de Lisboa. Aí, se
fundou, de imediato, um convento e Igreja a ela dedicada.A partir daí, a
devoção à Senhora da Luz cresceu e, com a expansão do Império Português, também
se dilatou pelas regiões colonizadas, com especial destaque para o Brasil, onde
é a santa padroeira da cidade de Curitiba, capital do Paraná (Haveria uma
imagem de Nossa Senhora da Luz, localizada na capela do primeiro vilarejo da
região, a Vilinha, ainda às margens do Rio Atuba (Curitiba).Todas as manhãs
esta imagem estava voltada para uma dada direção.Interpretando como uma vontade
da Santa, foi feito um contato com o cacique dos índios tingüi, o cacique
"Tindiquera".
Este teria localizado o novo
local e colocado uma vara no chão, dizendo "Coré Etuba", com o
significado de "muito pinhão".
Desta vara teria brotado uma
frondosa árvore, sendo este o marco zero da cidade de Curitiba),
Guarabira/Paraíba, Pinheiro Machado/Rio Grande do Sul, Itu/São Paulo,
Indaiatuba/São Paulo e Corumbá/Mato Grosso do Sul. Em Juazeiro do Norte, no
Ceará, ocorre, todos os anos, uma grande romaria em sua homenagem.
Segundo a legislação
estabelecida pelo grande profeta bíblico Moisés –– a lei mosáica –– todo o
primeiro filho de um casal pertencia ao Senhor. Podia, entretanto, ser
resgatado mediante a oferta de certa quantia em dinheiro que era depositada no
tesouro da família sacerdotal encarregada do culto no Templo, a dos levitas.
Por outra lei, as mães que acabavam de dar à luz seus filhos deveriam apresentar-se
no Templo de Jerusalém para um ato de purificação, mediante a oferta de um
sacrifício: os ricos, um cordeiro de um ano e um pombo ou rolinha; e os pobres,
dois pombos ou duas rolinhas.
Comentaristas dos textos
sagrados observam que nem Jesus nem Maria estavam obrigados a esses preceitos. Pois,
Jesus é Deus, infinitamente superior a qualquer lei. E Maria, tendo se
conservado Virgem antes, durante e depois do parto, estava acima dessa lei
comum. Entretanto, a obediência e a humildade foram sempre suas virtudes
características. Por isso, submeteram-se eles, sem vacilação, a essas
prescrições legais.
A maternidade da Virgem,
em tudo diferente das outras mulheres, isentava-a mui legalmente das obrigações
de uma lei, como foi a da purificação. Davi enche-se de
vergonha, quando se lembra da sua origem: “Em pecados minha mãe
concebeu-me”. O Anjo tinha disse à Maria Santíssima : “O Espírito
virá sobre ti , e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua
sombra”. São José recebeu do céu a comunicação consoladora: “O que
dela (de Maria) nascerá, é do Espírito Santo”. Virgem antes,
durante e depois do parto, seu lugar não era entre as outras filhas
hebréias que no templo se apresentavam para fazer penitência e procurar
perdão do pecado. Maria, porém, prefere obedecer à lei
e parecer com a pecha comum a todas. Além disto, sendo de origem nobre,
descendente direta de Davi, oferece o sacrifício dos pobres, isto é, dois
pombinhos. Que humildade!
Nesta sua humildade é
acompanhada pelo Filho. Ele é Filho do Altíssimo, autor e Senhor
das leis, não admite para si motivos que das mesmas o isentem. Ele
que quis ser nosso semelhante em tudo, exceto o pecado, sujeita-se
à Lei da circuncisão, triste lembrança da grande queda dos primeiros pais no
paraíso, de que resultou o pecado original. Por ocasião da apresentação de
Maria Santíssima no templo, se deu um fato que merece toda a atenção
nossa. Vivia em Jerusalém um santo homem chamado Simeão, provecto em
idade, que com muito fervor anelava pela vinda do Messias. De Deus
tinha recebido a promessa de não sair desta vida sem ter
visto, com os próprios olhos, o Salvador do mundo. Guiado por
inspiração divina, viera ao templo no momento em que os pais de Jesus
entraram, em cumprimento das prescrições legais. Como os magos
conheceram o Salvador, este se fez conhecido a Simeão, o qual o
tomou nos braços e bendisse a Deus, dizendo: “Agora, Senhor, deixa partir
o vosso servo em paz, conforme vossa palavra. Pois meus olhos viram a
vossa salvação que preparastes diante dos olhos das nações: Luz
para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo!”São José e Maria
Santíssima ficaram admirados do que dizia do Menino. Simeão
abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: “Este Menino veio ao mundo
para ruína e ressurreição de muitos em Israel e para ser um sinal de
contradição. Vós mesma tereis a alma varada por uma aguda espada
e assim serão patenteados os pensamentos ocultos no coração de
muitos”. – Havia também uma profetisa, de nome Ana, filha de Fanuel, da
tribo de Aser, atraída por um movimento do Espírito Santo, a venerável
profetisal, ilustre por sua piedade.Vivera 7 anos casada, enviuvara
e já estava com 84 anos. Não deixava o templo e servia a Deus dia e
noite, jejuando e rezando. Tendo vindo ao templo na mesma ocasião, deixou-se
derramar em louvores ao Senhor e falava do Menino a todos que
esperavam a Redenção de Israel. Cumpridas todas as
prescrições da lei, José e Maria voltaram para casa.
Os dois anciãos,
representantes da sociedade antiga, unem suas vozes e celebram a afortunada
vinda do Menino que vem renovar a face da terra.
Fonte: http://escravasdemaria.blogspot.com.br/
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