Joachim
Meisner, cardeal conservador aliado do papa Bento XVI, defendeu a pílula nos
casos de estupro
05
de fevereiro de 2013 PARIS - O Estado de S.Paulo
A
Igreja Católica na Alemanha pode aprovar a distribuição de pílulas do dia
seguinte a vítimas de estupro por hospitais católicos. A inesperada mudança foi
sugerida por um cardeal considerado conservador e aliado do papa Bento XVI,
Joachim Meisner, de Colônia. Segundo ele, essas pílulas não provocam aborto.
O
cardeal afirmou ter mudado de opinião após dois hospitais católicos se
recusarem a tratar uma vítima de estupro, pois se disseram impedidos de
prescrever uma pílula do dia seguinte, que é tomada após o sexo para que uma
gravidez indesejada seja evitada. O caso, ocorrido no mês passado, gerou
polêmica e o cardeal pediu desculpas publicamente, dizendo que a recusa ao
tratamento "nos envergonha profundamente, porque contraria nossa missão
cristã".
A
Igreja Católica se opõe firmemente ao aborto e ao controle artificial de
natalidade. E muitos católicos consideram que todos os contraceptivos de
emergência são abortivos, mas Meisner afirmou que alguns deles simplesmente
impedem a fertilização. "Se um medicamento que previne a concepção é usado
após um estupro com o propósito de evitar a fertilização, então, na minha
opinião, isso é aceitável", declarou.
A
declaração surpreendeu porque o cardeal é conhecido por suas posições
conservadoras. No passado, Meisner, de 79 anos, disse que as pílulas do dia
seguinte eram abortivas e por isso deveriam ser rejeitadas.
Uma
nota divulgada pelo escritório do cardeal esclarece que essa é uma exceção para
casos de estupro de mulheres não casadas pela Igreja. "A Conferência dos
Bispos da Alemanha terá sua reunião regular em duas semanas e esse assunto
certamente estará na agenda", afirmou a Arquidiocese de Colônia. / REUTERS
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