quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Igreja alemã discute apoio a pílulas do dia seguinte






Joachim Meisner, cardeal conservador aliado do papa Bento XVI, defendeu a pílula nos casos de estupro

05 de fevereiro de 2013 PARIS - O Estado de S.Paulo

A Igreja Católica na Alemanha pode aprovar a distribuição de pílulas do dia seguinte a vítimas de estupro por hospitais católicos. A inesperada mudança foi sugerida por um cardeal considerado conservador e aliado do papa Bento XVI, Joachim Meisner, de Colônia. Segundo ele, essas pílulas não provocam aborto.

O cardeal afirmou ter mudado de opinião após dois hospitais católicos se recusarem a tratar uma vítima de estupro, pois se disseram impedidos de prescrever uma pílula do dia seguinte, que é tomada após o sexo para que uma gravidez indesejada seja evitada. O caso, ocorrido no mês passado, gerou polêmica e o cardeal pediu desculpas publicamente, dizendo que a recusa ao tratamento "nos envergonha profundamente, porque contraria nossa missão cristã".

A Igreja Católica se opõe firmemente ao aborto e ao controle artificial de natalidade. E muitos católicos consideram que todos os contraceptivos de emergência são abortivos, mas Meisner afirmou que alguns deles simplesmente impedem a fertilização. "Se um medicamento que previne a concepção é usado após um estupro com o propósito de evitar a fertilização, então, na minha opinião, isso é aceitável", declarou.

A declaração surpreendeu porque o cardeal é conhecido por suas posições conservadoras. No passado, Meisner, de 79 anos, disse que as pílulas do dia seguinte eram abortivas e por isso deveriam ser rejeitadas.

Uma nota divulgada pelo escritório do cardeal esclarece que essa é uma exceção para casos de estupro de mulheres não casadas pela Igreja. "A Conferência dos Bispos da Alemanha terá sua reunião regular em duas semanas e esse assunto certamente estará na agenda", afirmou a Arquidiocese de Colônia. / REUTERS



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