sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Breve Tratado do Matrimônio pelo Rev. Pe. Jean Viollet - Partes IX e X




IX - FILHOS E SUA EDUCAÇÃO

1- A finalidade da educação
   O fim primeiro do matrimônio são os fi lhos. Não simplesmente os filhos concebidos e vindos à luz, mas os filhos educados, quer dizer, conduzidos e guiados por seus pais em direção à perfeição humana e cristã. Os filhos são a glória e a consolação de seus pais quando foram formados no amor do bem e na fuga do mal.
2- Não se enganar sobre o fim a atingir
   Que o pai e a mãe definam juntos o fim a atingir, pondo-se de acordo sobre o que convém chamar de felicidade do filho. Nem saúde, nem fortuna, nem ausência de sacrifícios constituem a verdadeira feli­cidade, mas o gosto do bem, a aceitação das penas da vida, vontade de amar a Deus e ao seu próximo. Fazer a felicidade do filho é ensinar-lhe a amar os bens que não perecem e a não se servir dos outros bens senão na medida em que são úteis à salvação da alma. Muitos pais fizeram a infelicidade de seus filhos porque se enganaram, desde o início, sobre a noção da verdadeira e da falsa felicidade.
3- Os métodos de educação variam com as diversas concepções de vida
   É evidente que os métodos de educação variam até à contradição, segundo a concepção que os educadores fazem da vida e seus fins. Os métodos não são os mesmos, segundo se crê ou não se crê em Deus; que se represente a vida como conjunto de deveres recíprocos dos ho­mens uns em relação aos outros, ou como campo de batalha em que todos os meios são bons para vencer. Importa, pois, que os pais defi­nam a si próprios e diante de Deus o ideal que se esforçam por colocar no coração de seus filhos.
4- A educação exige a perfeição dos pais
    A educação é, antes de tudo, uma respiração: a respiração pela alma do filho e pela alma dos adultos. Se a alma dos pais é rica de vida moral e espiritual, os filhos alimentam-se quotidianamente da riqueza espiri­tual de seus pais. Pelo contrário, os melhores métodos de educação não obterão nenhum resultado durável se não são acompanhados de exemplos que formam e arrastam as vontades.
5- Confiança
    A educação não é, de modo algum, um sistema complicado de or­dens, de permissões e de proibições. Se as ordens devem ter seu papel, sobretudo nos primeiros anos, jamais substituirão a confiança, única capaz de despertar no filho o amor do bem que se deseja lhe inculcar. A confiança não implica na abdicação da autoridade, muito pelo con­trário. O filho mimado não é um filho que confia. A severidade, desde que temperada pela ternura, não constrange a confiança, na condição de que o filho tenha o sentimento de que nunca o enganaram, que se aplicaram em ajudá-lo em todas as circunstâncias, e que lhe deram os encorajamentos de que a sua fraqueza necessitava.

6- O filho deve colaborar na sua própria educação moral
   O problema da educação consiste em fazer passar de fora, quer di­zer, da alma dos pais, para dentro, quer dizer, para o coração e para a vontade dos filhos, o bem que se deve praticar. Enquanto o educador não conseguir fazer que a criança diga sinceramente "eu quero", nada praticamente fez. É preciso que o filho colabore na sua própria educa­ção.

                                                     X - CONCLUSÃO
O matrimônio é uma obra divina. A união dos esposos deve con­tribuir para o aumento de sua vida moral e espiritual e preparar a dos filhos. O amor foi dado aos esposos para que colaborem, amando-se na obra de Deus, Criador e Providência. Deus confia-lhes o poder para que provejam às necessidades materiais e espirituais do filho; autori­dade, com poder de punir e recompensar, para estimular a fugir do mal e a praticar o bem. Porque os esposos são imperfeitos e muitas vezes tentados por faltas e fraqueza que contradizem sua vocação, têm neces­sidade de se apoiarem em Jesus Cristo, tanto para obterem perdão de suas faltas como para serem socorridos pela Sua graça, muito particularmente pela Sua presença na Eucaristia. Invocarão especialmente o Espírito Santo que lhes ensinará a se amarem e a amarem seus filhos, conforme a vontade divina.

Rev. Pé. Jean Viollet

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