IX - FILHOS E SUA EDUCAÇÃO
1- A finalidade da educação
O fim primeiro do matrimônio
são os fi lhos. Não simplesmente os filhos concebidos e vindos à luz, mas os
filhos educados, quer dizer, conduzidos e guiados por seus pais em direção à
perfeição humana e cristã. Os filhos são a glória e a
consolação de seus pais quando foram formados no amor do bem e na fuga do
mal.
2- Não se enganar sobre o fim a atingir
Que o pai e a mãe
definam juntos o fim a atingir, pondo-se de acordo sobre o que convém chamar de
felicidade do filho. Nem saúde, nem fortuna, nem ausência de
sacrifícios constituem a verdadeira felicidade, mas o gosto do bem, a aceitação
das penas da vida, vontade de amar a Deus e ao seu próximo. Fazer a felicidade
do filho é ensinar-lhe a amar os bens que não perecem e a não
se servir dos outros bens senão na
medida em que são úteis à salvação da alma. Muitos
pais fizeram a infelicidade de seus filhos porque se
enganaram, desde o início, sobre a noção da verdadeira e da falsa
felicidade.
3- Os métodos de educação variam com as diversas concepções de vida
É evidente que os
métodos de educação variam até à contradição, segundo
a concepção que os educadores fazem da vida e seus fins. Os métodos não
são os mesmos, segundo se crê ou não se crê em Deus; que se represente a vida como conjunto de deveres recíprocos dos homens
uns em relação aos outros, ou como campo de batalha em que todos os meios são bons para vencer. Importa,
pois, que os pais definam a si
próprios e diante de Deus o ideal que se esforçam por colocar no coração de
seus filhos.
4- A educação exige a perfeição dos pais
A educação é, antes de tudo, uma respiração: a
respiração pela alma do filho e pela alma dos adultos. Se a
alma dos pais é rica de vida moral e espiritual, os filhos alimentam-se
quotidianamente da riqueza espiritual de seus pais. Pelo contrário, os
melhores métodos de educação não obterão nenhum resultado durável se
não são acompanhados de exemplos que formam e arrastam as
vontades.
5- Confiança
A educação não é, de modo algum, um sistema
complicado de ordens, de permissões e de proibições.
Se as ordens devem ter seu papel, sobretudo nos primeiros anos, jamais
substituirão a confiança, única capaz de despertar no filho o amor do
bem que se deseja lhe inculcar. A confiança não implica na abdicação da
autoridade, muito pelo contrário. O filho mimado não é um filho que confia. A
severidade, desde que temperada pela ternura,
não constrange a confiança, na condição de que o filho tenha o sentimento de que nunca o enganaram, que se aplicaram em ajudá-lo em todas as circunstâncias,
e que lhe deram os encorajamentos de
que a sua fraqueza necessitava.
6- O filho deve colaborar na sua própria
educação moral
O problema da educação
consiste em fazer passar de fora, quer dizer, da alma dos pais, para dentro,
quer dizer, para o coração e para a vontade dos filhos, o bem que se deve praticar. Enquanto o
educador não conseguir fazer que a criança
diga sinceramente "eu quero", nada praticamente fez. É preciso que o
filho colabore na sua própria educação.
X - CONCLUSÃO
O matrimônio é uma obra divina. A união dos esposos deve contribuir
para o aumento de sua vida moral e espiritual e preparar a dos filhos. O amor foi dado aos esposos para que
colaborem, amando-se na obra de Deus,
Criador e Providência. Deus confia-lhes o poder para que provejam às
necessidades materiais e espirituais do filho; autoridade, com poder de punir
e recompensar, para estimular a fugir do mal e a praticar o bem. Porque os
esposos são imperfeitos e muitas vezes tentados
por faltas e fraqueza que contradizem sua vocação, têm necessidade de
se apoiarem em Jesus Cristo, tanto para obterem perdão de suas faltas como para serem socorridos pela Sua
graça, muito particularmente pela Sua presença na Eucaristia. Invocarão
especialmente o Espírito Santo que lhes ensinará a se amarem e a amarem seus
filhos, conforme a vontade divina.
Rev. Pé. Jean Viollet
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