Breve Tratado do Matrimônio Padre Jean Viollet
O Padre Viollet, bem conhecido pelos seus
livros sobre a família e a
educação, expõe em algumas páginas os princípios e regras do matrimônio cristão.
Numa época em que a instituição familiar está sendo muito
ultrajada, em que se perdem as referências, esta
obra ajudará os jovens que se preparam para o matrimônio, e também os esposos,
em conhecerem melhor a grandeza deste
estado de vida.
O autor não se contenta com relembrar os princípios, mas dá também
valiosos conselhos para formar uma família capaz de atravessar todas as difi culdades da vida, uma família fundada sobre
um amor verdadeiro, e não sobre
o egoísmo.
I - MATRIMÔNIO
1- A chamamento para o matrimônio
Entre as vocações às quais os homens estão chamados pela Providência, o matrimônio é umas das mais elevadas. Pelo
matrimônio o homem e a mulher, colaboradores
de Deus na procriação dos filhos, são chamados a se santifi car
mutuamente e recebem, ao mesmo tempo, a missão de formar, pela educação,
o coração, a inteligência e a vontade dos filhos que lhe são confi
ados, até chegar o dia em que os mesmos são fi nalmente capazes de
se conduzir por si próprios.
2- Baseia-se
no amor
Porque Deus é amor e porque Ele criou o mundo por amor, quis que
seus fi lhos nascessem do mesmo modo, isto é, pelo amor que une um homem e uma mulher para a vida inteira. Por esta
razão, o casamento deve ser
considerado com um respeito religioso. Aliás, é consagrado por um sacramento, o sacramento do
Matrimônio.
3- Pede
longa preparação
Por conseguinte, o homem
e a mulher têm de preparar-se
antecipadamente e por longo tempo,
durante os seus anos de adolescência, para a sublime vocação
que fará deles os colaboradores da obra divina. Para preparar-se para isto, o
jovem deverá conservar o seu corpo na castidade, aprender a respeitar a mulher,
adquirir as qualidades sobre as quais poderá, com toda confiança,
repousar o coração da esposa. A jovem deverá ser reservada, cuidar da guarda
do seu coração, não procurar as emoções
sentimentais sem futuro, mas acostumar-se a missões de devotamento
e generosidade, começando no seio da própria família.
4- O que
deve ser o amor
O amor não é uma satisfação dos sentidos; também não é um sonho
novelesco. E um sentimento forte e profundo, o dom generoso e durável de um só homem para uma só mulher.
Exige que cada um dê ao outro o melhor de si mesmo, aplique-se a lutar contra os defeitos que constituem um obstáculo
para a harmonia conjugai, conquiste as qualidades
e virtudes que enriquecem o amor e lhe dão todo seu valor
moral e espiritual. O verdadeiro amor não se confunde, como amiúde acreditam
os jovens, com uma beatitude sem mistura.
É feito de alegrias e penas, de desenvolvimentos e
sacrifícios. Os que pretendem não ter do
amor senão suas alegrias, o matam antecipadamente; ao passo que
aqueles que aceitam seu fardo e seus cuidados, o garantem contra os egoísmos da paixão e as dificuldades
da vida.
5- Origem do amor
O amor conjugal não é uma invenção humana. É querido por Deus. É desvio
de seu fim natural não procurar nele mais do que a satisfação dos desejos da paixão, sem fazer por onde gerar filhos e
se consagrarem os esposos à sua
educação, dando-lhes o melhor de si mesmos.
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