VIII
- PATERNIDADE E MATERNIDADE
1- O amor vem de Deus. É para dar a vida
Porque Deus é amor e criou o mundo para o amor, colocou entre o homem e a mulher a faísca do amor, da qual deverão
nascer os filhos. Tal como o amor
divino, o amor conjugai deve ser criador, redentor e santificador.
2- Amor criador
É
criador, pois por ele são concebidas as criaturas que Deus quer chamar
à vida, e que é ele que vai prover às necessidades temporais e espirituais
dos filhos.
3- Amor redentor
É
redentor, pois os esposos, por amor de um para com o outro e por amor
de seus filhos, devem oferecer suas alegrias, seus trabalhos e suas penas
para salvação comum da família.
4- Amor
santificador
É
santificador, pois o esposo deve se santificar por amor da esposa, a esposa por
amor do esposo, e ambos por amor das almas de seus filhos.
5- Os
filhos
O
dom que de seu corpo mutuamente se fazem, esposo e esposa, é princípio de vida
e não deve nunca ser desviado de seu fim natural: os filhos. A chegada de um filho
transforma os esposos em dois novos seres, animados de um sentimento comum que
os eleva acima de si próprios, o sentimento de paternidade e de maternidade.
6- Novas
responsabilidades
Pai
e mãe se sentem juntamente ligados pela imensa responsabilidade, que é a
proteção e educação do pequeno ser sem força e sem luz que lhes é confiado.
Ambos se sentem chamados em proporcioná-las tão perfeitamente quanto possível.
Sabem que o filho se alimentará dos exemplos que tiver sob seus olhos e tal
perspectiva os obriga a se aperfeiçoarem a si mesmos. Devem formar um coração
e uma inteligência de homem e de cristão e, para fazê-lo, não mais viverão para
si mesmos, mas para levar a cabo aquela vida de que agora têm responsabilidade.
7- O bem dos filhos exige o bom
entendimento entre os esposos
Velarão
para que não haja entre eles a mínima desinteligência e a menor divisão, porque
sabem que estas desvirtuam a formação do pequeno ser fraco e sem defesa que
lhes é confiado. Compreendem que o filho tem necessidade da dupla afeição do
pai e da mãe e que essa afeição só vale se se concilia num sentimento único:
união para o bem moral e espiritual daquele ao qual irão, doravante, se
consagrai. Para a paternidade e a maternidade o amor conjugal se eleva e se
transfigura.
8- Tentação
Mas
que os esposos não se deixem tentar por uma espécie de egoísmo a três, de
regozijarem-se nas alegrias da paternidade, mas reduzidas ao mínimo. O amor,
desde então, recusaria sobre si mesmo e se despojaria da vida espiritual para
a qual tende.
9- O amor só vive pelo dom
O
amor não se conserva e não se aprofunda senão se dando. Por isso os esposos
cristãos multiplicam o dom de si mesmos, multiplicando o número de seus filhos.
Aceitam, antecipadamente, trabalhos e penas que acompanham a educação de
família numerosa. Mas sabem que as bênçãos de Deus estão reservadas para
aqueles que as aceitam generosamente. Os esposos, que sabem com certeza que
não podem ter filhos, podem, no entanto, usar legitimamente dos seus deveres
conjugais, com vista à realização dos outros fins do matrimônio, e para
favorecer o bom entendimento conjugal.
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