quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Necessidade absoluta da religião cristã católica






l - Necessidade absoluta da religião cristã católica para a salvação e para a santidade
A procura da santidade cristã em Jesus Cristo e por Jesus Cristo não é facultativa. «Elegit nos, in Ipso ante mundi constitutionem. ut essemus sancti» (Ef.I,4) - Ele nos escolheu, em Jesus Cristo, antes que o mundo fosse feito, para que sejamos santos.
A Sagrada Escritura ensina como nenhuma criatura humana pode escapar dessa necessidade absoluta de alcançar a salvação, Nosso Senhor, por quem tudo foi feito, instituiu a Igreja, o Estado e a família para contribuírem, cada um segundo sua natureza, à santificação das almas por Jesus Cristo.
A liberdade que Deus nos dá é essencialmente direcionada para a Verdade e para o Bem, pela lei da caridade. Não somos livres de amar ou de não amar a Deus, à Santíssima Trindade e ao próximo A liberdade é correlativa à Lei do amor e da caridade.
Deus teve o cuidado de nos dar suas leis por seu Verbo, leis divinas todas cheias do Espírito de caridade, do Espírito Santo As leis da Igreja, do Estado e da família devem estar de acordo com estas leis divinas e assim vir em socorro das almas atraídas pelo erro e pelo pecado, e ajudá-las a se converter ao único médico: Jesus Cristo, Verdade e Santidade.

(Liberar as almas da obediência as leis da sociedade civil, que são aplicações das leis divinas, e fazer desta liberação um direito natural, é um crime de rebelião contra Deus e Nosso Senhor A laicização dos Estados católicos e sua liberação de toda religião, constituem crime de apostasia que clama por vingança quando se calculam as conseqüências da perda das almas A liberdade dos cultos e o ecumenismo que o encoraja são um «delírio», como disse Gregório XVI na sua encíclica Mirari vos).


2 - A objetividade da nossa natureza espiritual e a objetividade da santidade - O perigo do subjetivismo conciliar


Nossa espiritualidade e objetiva, no sentido de que tudo o que nos santifíca vem de Deus por Nosso Senhor Diz Nosso Senhor: «Sem mim, nada podeisfazer». Todo o capítulo XV de São João éuma afirmação desta verdade. Nossa inteligência se santifíca na verdade que lhe é ensinada, que não vem dela. Nossa vontade se santifíca na lei e na graça do Senhor que não vem dela.
Esta dependência em face a realidade divina é essencial para manter a alma ancorada firmemente na virtude da humildade, na adoração, no reco­nhecimento e no desejo sempre mais vivo de se saciar e alimentar nas fontes de santidade, especialmente aquelas do Coração de Jesus (*).
(É difícil medir os desgastes espirituais ocasionados pela tendência subjetivista do Concilio, por seu personalismo, que se esforça erradamente em fazer abstração da finalidade da natureza humana, de sua liberdade direcionada; assim se explica essa exaltação do homem, de seus direitos, de sua liberdade, de sua consciência: humanismo pagão que arruina a espiritualidade católica, o espírito sacerdotal e religioso.)  
É preciso que meditemos nestas realidades, para permanecer católicos e guardar os princípios e as fontes da verdadeira santidade1 Bem aventurados os que têm fome, do Magnificat e os pobres de espírito, das Beatitudes Infelizes os «divites», os ricos, que são cheios de si mesmos e não têm mais necessidade de Deus nem de Jesus Cristo
Vindos de um mundo onde reina por todo lado o subjetivismo, que põe como fundamento das relações sociais a consciência individual, a liberdade de consciência, a autonomia das pessoas que justificam todos os erros e todos os vícios, os jovens seminaristas deverão se empenhar para reencontrar o ca­minho da verdade e da virtude na objetividade de nossas faculdades e para reencontrar em Nosso Senhor a Verdade e a Santidade.
3 - A escolha providencial de Roma como Cátedra de Pedro e os benefícios dessa escolha para o Corpo Místico de N. S. Jesus Cristo
Creio dever acrescentar algumas linhas para lembrar aos nossos padres e seminaristas o fato incontestável da influência romana sobre nossa espiritualidade, nossa liturgia e mesmo sobre nossa teologia.
Não se pode negar que isto seja um fato providencial. Deus, que conduz todas as coisas na sua sabedoria infinita, preparou Roma para se tornar a cátedra de Pedro e o centro de irradiação do Evangelho. Daí o adágio «Unde Christo e Romano».
Dom Guéranger, na sua Histoire de Sainte Cécíle. mostra a importante participação que os membros das grandes famílias romanas tiveram na fundação da Igreja, dando seus bens e seu sangue pela vitória do reino de Jesu: Cristo. Nossa liturgia romana é disso testemunha fiel.
A Romanidade não é uma palavra vã. A língua latina é um exemplo importante. Ela levou a expressão da fé e do culto católico até os confins do mundo. E os povos convertidos eram firmes em, nessa língua, cantar sua fé, símbolo real da unidade da fé católica.
Os cismas e as heresias começaram freqüentemente por uma ruptura com a Romanidade, ruptura com a liturgia romana, com o latim, com a teologia dos Padres e dos teólogos latinos e romanos.
É esta força da fé católica, enraizada na Romanidade, que a Maçonaria quis fazer desaparecer ocupando os Estados Pontificais e encerrando a Roma católica na cidade do Vaticano. Esta ocupação de Roma pelos maçons, permitiu a infiltração do modernismo na Igreja e a destruição da Roma católica pelos clérigos e os Papas modernistas, que se apressaram em destruir todo vestígio de Romanidade: a língua latina, a liturgia romana. O Papa eslavo é o mais encarniçado em mudar o pouco que conservaram no Tratado de Latrão e na Concordata. Roma não é mais a cidade sagrada. Ele encoraja a implanta­ção de falsas religiões em Roma, incluindo escandalosas reuniões ecumênicas e deixando brotar, por toda parte, a inculturação da liturgia, destruindo os últimos vestígios da liturgia romana. Ele modificou, na prática, o estatuto do Estado do Vaticano. Renunciou ao coroamento, recusando-se assim a ser o chefe do Estado. Esta animosidade contra a Romanidade é um sinal infalível de ruptura com a fé católica, que ele não defende mais.
As Universidades pontificais romanas se tornaram cátedras da peste modernista. A admissão de mulheres na Gregoriana, é um escândalo contínuo.
Será preciso tudo restaurar « in Christo Domino», em Roma como fora de Roma.
         Tenhamos gosto em examinar como os caminhos da Providência e da Sabedoria divina passam por Roma e concluiremos que não se pode ser católico sem ser romano. Isto se aplica também aos católicos que não têm a língua latina nem a liturgia romana; se permanecem católicos é porque permanecem romanos, como os maronitas, por exemplo, pelos laços com a cultura francesa católica e romana que os formou.

             É um erro, a propósito da cultura romana, falar em cultura ocidental. Os judeus convertidos trouxeram com eles do Oriente tudo o que era cristão, tudo o que no Antigo Testamento era uma preparação e iria servir de apoio ao Cristianismo, tudo o que Nosso Senhor assumiu e que o Espírito Santo inspirou os Apóstolos a utilizarem. Quantas vezes as epístolas de São Paulo nos falam sobre isso!
Deus quis que o Cristianismo, moldado por Roma, recebesse um vigor e uma expansão excepcionais. Tudo é graça no plano divino, e Nosso divino Salvador dispõe de tudo, como é dito dos romanos, « cum consilio et patientia» ou «suaviter et fortiter»!
Também nós devemos guardar esta Tradição romana querida por Nosso Senhor, como Ele quis que nós tivéssemos Maria Santíssima por Mãe.

(*) O R.P. Garrigou-Lagraiige. na introdução do livro De Christo Salvatore, faz profundas considerações sobre a objetividade da espiritualidade, de grande utilidade nesses tempos de subjclivismo.


(Notas Complementares do livro A vida Espiritual, por Mons. Marcel Lefebvre)

Nenhum comentário:

Postar um comentário